Mufinda garantiu que as equipas de vigilância epidemiológica estão no perímetro afectado a realizar a busca activa de possíveis contactos e inquéritos para identificar algumas determinantes como o acesso à água encanada, à latrina e avaliar a informação que a população tem sobre as medidas de prevenção contra a cólera.
Os moradores das localidades que beneficiam de água de poços artesianos, vão receber doses de hipoclorito de sódio (lixivia) para o tratamento químico para consumo ou uso doméstico, garantiu o também coordenador adjunto da comissão provincial de contenção e prevenção da cólera em Malanje.
"A Empresa de Água e Saneamento (EASM) deve, onde for possível, mobilizar camiões cisternas para abastecer a população", indicou, numa altura em que a Administração Municipal de Malanje fornece com deficiência água aos milhares de residentes da Urbanização 500 Casas do bairro Carreira de Tiro II, agora pertencente ao criado município do Quéssua.
"A população sofre muito com a escassez de água, para conseguirmos água é necessário que uma ou duas cisternas atestem o reservatório que descarrega nos chafarizes, mas os camiões têm falhado muito", lamentou a residente Marcelina Kinjila Vunge, 25 anos, confirmando que a alternativa tem sido as cisternas privadas que vendem o produto e também a chuva, quando chove.
Mas a água é cara, diz, afirmando que 25 litros são adquiridos a 100 kwanzas, uma banheira é taxada a 200, valores impensáveis para a maioria dos "paupérrimos moradores, originários de zonas rurais habituados a água do poço".
Margarida Supe, 22 anos, outra moradora das 500 Casas, apontou o défice no fornecimento de água como o maior problema que afecta a comunidade, um problema que se arrasta desde o dia em que receberam os imóveis do então governador provincial, Fernandes do Santos "Kwata Kanawa".
"A água aqui é um caso muito sério, por vezes ficamos duas ou três semanas sem água, parece que desde Dezembro as pessoas só tiraram água uma vez", mencionou, acrescentando: "sem a chuva o caso é muito sério, dependemos da chuva para lavar. Nesta altura dentro não tem água".
Os contentores de lixo da circunscrição estão abarrotados e tornaram-se locais de recolha de metais e restos de comida por parte de crianças de famílias desfavorecidas, sem recursos para uma refeição condigna.